Uma medida para evitar o roubo de carros ainda nem começou a         valer e já está provocando polêmica. O motivo da discórdia é um         sistema que localiza um carro desaparecido, mas que não vai sair         de graça para o motorista.
        Foi para ajudar um cliente. O empresário José Eli         Santana emprestou o carro e, minutos depois, viu o assalto. A         caminhonete estava sendo roubada. “Eu só lembrava das dez         prestações que faltava no momento”.
        Uma situação pela qual muitos brasileiros já         passaram. Ao todo, 380 mil carros são roubados por ano – um por         minuto. Menos da metade é encontrada. Apenas 180 mil. Os outros         200 mil desaparecem.
        Foi o que aconteceu com o carro da funcionária         pública Rosiane Santos Couto Lopes, roubado há um ano. “É uma         grana que você está gastando para ter um conforto e chega assim,         de repente, alguém vem e leva seu carro”.
        A caminhonete de José apareceu. “Eu lembrei que eu         tinha o rastreador, liguei para o 0800 e pedi que bloqueassem o         carro”.
        Funcionou, mas não é barato. Um bloqueador e um         sistema de rastreamento custam, em média, R$ 600 apenas para         serem instalados. A partir de agosto, vai ser obrigatório.                                             
Todos os carros novos, zero, vão ter um sistema antifurto. Um bloqueador, que já vai sair de fábrica funcionando, para travar a ignição. Dificultar, ao máximo, a possibilidade de um ladrão conseguir ligar um carro e roubá-lo.
E um sistema de rastreamento, que mostre via satélite onde o         carro está. O rastreador também vai estar no automóvel, mas o         dono é que vai decidir se irá acioná-lo. Uma empresa terá que         ser contratada.
        “Isso foi feito exatamente para assegurar o         direito à privacidade. A pessoa não será identificada,         localizada, se não quiser”, afirma Alfredo Peres da Silva,         diretor do Denatran.
        O Ministério Público Federal, em São Paulo, não         concorda. Quer derrubar a lei e não questiona apenas a         privacidade das pessoas.
        “O governo está transferindo uma obrigação de         segurança pública para o particular. Basta investir mais no         combate a esse tipo de criminalidade pelas formas tradicionais         de segurança pública”, explica Márcio da Silva Araújo,         procurador da República em São Paulo.
        Rosiane já faz outra conta. “De repente, o seguro         poderia diminuir um pouco o valor, já por conta desse outro custo”.                                    
 
 
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